MOÇO INSOSSO
engole goles de mágoa de tédio e melancolia
depois . . . escreve poesia
como se fosse remédio
vai para o topo dum prédio e roga à virgem Maria
um prêmio da loteria
e a paz no Oriente Médio. . .
coitadinho do poeta . . . moço insosso e sem noção
ele é um ‘pato’, um pateta
(mas, tem um bom coração)
crê em Jesus, nos profetas e na reencarnação
(lê ‘’Poema em linha reta’’
como quem faz oração)
pena deus não tenha pena
de quem teima em versejar
(poetar não vale a pena
só multiplica o penar)
e o poeta se apequena
fingindo se agigantar. . .
(vive e morre . . . no Geena
sonhando com Gibraltar).
PAULO MIRANDA BARRETO
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