DOS POETAS

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DOS POETAS

 

Os olhos instigantes dos poetas

investigam borboletas

como pudessem ler cores. . .

 

 

Devotam terno afeto aos voos atrozes

das letras ,muito lentas ou velozes

que luzem nos poemas incolores

 

 

Poetas . . . são pacíficos ferozes

nascidos pra imitar metamorfoses

e pra mimetizar o ardor das dores

 

 

Senhores das palavras, cantam vozes

encantam e acalantam os algozes

embargos dos amargos dissabores. . .

 

Fazem chover poesia em overdoses

e, embora sejam  reis das simbioses   

desatam nós . . .  e sós . . . morrem de amores

 

 

São seres que violam violetas

galáxias, sorrisos e sarjetas. . .

Seres leais num mundo de impostores!

 

 

São anjos? São esfinges? Fingidores?

Não sei. Quem sabe é Deus (e os exegetas)

 

 

Que importa se são santos, pecadores?

São loucos de tão sãos . . .  E são poetas!

 

 

Heróis . . .  Desvirtuados virtuoses

salvando os vãos dos falsos salvadores. . .

 

E humanos . . . mais que  imunes á hipnoses

a traduzir a ilusão  dos sonhadores!

 

PAULO MIRANDA BARRETO

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