NEM SÓ DE PÃO
Carrego versos no bolso
e o meu coração, na mão.
Em silêncio é que me ouço
e ouso ser o ser mais são.
Verso doce, verso insosso,
de saudade e solidão?
Não! Meu alvo é o alvoroço!
-Pele, osso e sedução-!
Sei ser vilão e bom moço. . .
E á salvo da danação,
como carne de pescoço,
roubo o almoço do leão!
Do céu ao fundo do poço
tudo posso e, quando não,
sorrio, rezo um pai nosso
e ilumino a assombração. . .
Sem fruta. . .sorvo o caroço!
Vivo só. (Nem só de pão)!
PAULO MIRANDABARRETO
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