
HUMANOS
Penso que as certezas (mais absolutas)
aleijarão e afearão nossas belezas
contaminando as almas justas e impolutas
com o furor de exasperadas asperezas
A estupidez voraz que estupra sutilezas
é o que impele os bons a pérfidas condutas. . .
Ela corrói, corrompe o cerne das nobrezas
promove o caos e mil maléficas disputas
E enquanto o Mal remói, dilui delicadezas
dentro em seu fundo mar de lágrimas e sangue
todo o Amor, o Bem e a Luz das gentilezas
naufragam juntos no negrume de algum mangue
Talvez . . . Talvez, a Paz no mundo nunca vingue
e a Luz não vença as invencíveis desavenças. . .
Nosso planeta vive em guerra, a Vida é um ringue
e nós, anões . . . anões com ânsias muito imensas
Haverá mesmo tantas raças, classes, crenças
ou ninguém mais consegue ver a Igualdade
que pulsa mansa . . . mansa em nossas ‘diferenças’
e clama o fim da nossa intensa Iniquidade?
O vil poder dos falsos “donos da verdade”
(que são tão só os vis ‘Senhores da mentira’)
vêm retorcendo e distorcendo a Realidade. . .
(mesmo o mais lúcido entre nós, pira e delira)
O grande Mal tem nos mantido sob a mira. . .
insufla ódios, cismas, iras e vinganças
Graças à Deus, em meio ao caos há quem prefira
plantar ternura, amor, poesia . . . e esperanças!
E eu creio . . . eu creio com a fé de mil crianças
(e a força honrosa e poderosa dessa Lira)
na vasta Graça das vindouras alianças
de Paz que hão . . . hão de curar todas as iras. . .
Eu creio, eu creio no porvir . . . nas áureas eras
de plena Solidariedade entre as nações. . .
Creio na morte do Egoísmo e destas feras
dissimuladas . . . que semeiam dissensões
Eu tenho fé na ternura que vencerá os Dragões
como na extinção completa de todos os vãos enganos. . .
e creio em tempos repletos de grandes transformações
que hão de tornar-nos irmãos verdadeiramente Humanos.
PAULO MIRANDA BARRETO
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